Flores da batalha
Sérgio VazNa apresentação, Emicida cita Mário de Andrade, que em 1924 clamou por um "Brasil com alma", em uma carta para Carlos Drummond de Andrade. "Para isso todo sacrifício é grandioso e sublime", completa. Nas paisagens que moldam Flores da batalha, mais uma vez São Paulo da zona sul. Vaz achou na rua a oportunidade de se expressar, criando arte que fala com e para as pessoas que cresceram e são moldadas por experiências periféricas. Dessa forma, a poesia da periferia, galgada pela voz do povo, se torna parte da rotina diária de milhares de brasileiros. Ao apontar sua caneta para a rotina da periferia, o autor cria mais uma vertente do Brasil com a alma que Mário de Andrade citou, ao mesmo tempo em que faz poesia que, como diz o próprio Emicida, "tira a mordaça da alma". [...] Sérgio Vaz cresce cada vez mais em território nacional, e soma sua arte com movimentos e eventos como a própria Cooperifa e até mesmo a Perifacon, que leva a cultura pop para os extremos de São Paulo, sempre democratizando o acesso.
Sergio Vaz cria sempre poesia que é o alimento da alma, e oferece alívio, cura dores, dá esperança, identidade… ou seja, é arte. Uma voz para aqueles que foram marginalizados por muito tempo, seus textos exploram as dores e a alegria de viver na periferia na selva de pedras que é São Paulo. O tema aparece de forma profunda, honesta e as vezes até um pouco dura em todos os seus livros e continua presente, de forma cada vez mais madura e autoconsciente, em Flores da batalha.